Thaís de Oliveira








domingo, 16 de maio de 2010

Eu, etiqueta (tarefa 1)

Segundo o dicionário Houaiss, moda significa: 1. estilo predominante no modo de vestir, viver, falar e etc; 2. arte de produzir e confeccionar modelos dos vestuário masculino e feminino. Mostrando, portanto, que ela não faz parte apenas da vestimenta, mas inclusive da maneira de ser das pessoas, e inclusive na fala, pois existem as gírias também e um exemplo delas é “supimpa”, que antigamente era bastante falado entre os jovens e, hoje em dia, isso é “brega”. Dentro destas manias e tendências estamos nós, pessoas que buscam sempre as novidades, tendo desejo de cada vez mais possuir objetos que a mídia e o marketing nos impõe, já que aceitamos toda essa invasão onde uma das maiores preocupações é o visual que sempre deve estar no padrão definido. Porém, se todos parassem para pensar, perceberiam que a moda é repetitiva e o que era tudo antigamente, hoje não é nada. Mas depois o passado volta, a tendência se torna a mesma de antigamente e se volta a usar aquilo que se achava feio, só que agora mais moderno e estilizado.
Dentro destas tendências e padrões também estão impostas na sociedade as marcas, onde as mais caras geralmente são as mais famosas, demonstrando certo poder a quem às usa e compra, pois assim ela teria dinheiro para obter. E, como foi dito no poema de Carlos Drummond de Andrade, a etiqueta das roupas que mostra a marca é muito valorizada, pois só o seu nome, por ser famosa, já possui muito valor. Porém, se esta mesma roupa, com a mesma qualidade estivesse em nome de uma marca desconhecida a grande maioria das pessoas sequer olharia, pois a mídia não a implantou no mundo das grandes marcas, ela é apenas uma marquinha simples, onde as coisas não são tão caras e que por isso as pessoas também pensam que não possui a mesma qualidade do que algo em que vão pagar três vezes mais teria.
A partir do Estado Liberal, que emergiu no século XVIII como reação ao absolutismo, o poder já estava apontado para as atividades econômicas, ou seja, ao capitalismo. Com o capitalismo industrial, o trabalho assalariado tornava-se fundamental para o desenvolvimento da indústria e para a sustentação da sociedade, assim começou a se estabelecer separação entre o público e o privado. Não cabia ao Estado intervir nas atividades econômicas, elas eram reguladas por si mesmas, ou seja, pelo mercado. Após, surge o Estado de Bem Estar Social, o Estado passa a ser agente da promoção social e organizador da economia, promovendo obras públicas, criando postos de empregos, aumento de salário, proteção aos trabalhadores, acesso a educação, saúde, política social como investimento e não custo, visando, portanto o bem estar da maioria da população. Toda essa segurança na economia e preocupação com a riqueza é fruto do capitalismo e do consumo, pois este dinheiro serve para sustentar as pessoas e para poderem consumir, satisfazendo seus desejos e anseios materiais.É possível que as pessoas não sejam apenas incentivadas pela mídia para quererem comprar algo, porém ela colabora na escolha dos produtos, pois todos sempre visam o que é mais conhecido e caro, que muitas vezes não está ao alcance econômico de certas pessoas que, muitas vezes, compram da mesma forma e se endividam para obterem o desejado.

Um comentário:

  1. Oi Thais!
    Gostaria de parabenizá-la pelo blog de Sociologia e pela imagem que trouxestes para representá-lo. Trata-se do quadro "Operário" de Tarcíla do Amaral que retrata os trabalhadores de uma fábrica.
    Com relação ao trabalho, tu trazes questões fundamentais para entendermos o consumo e consequentemente o consumismo. As grandes tendências no mundo da moda é um grande exemplo de como as pessoas são influenciadas a consumir dentro de um padrão pré-estabelecido. A obsolescência dos produtos é uma estratégia do mercado para ditar o que é certo e errado no mundo do consumo. Por que os produtos têm vida curta? Por que trocamos os produtos a partir do surgimento de um novo? Vivemos na famosa "ditadura da moda" e quem não atende esse padrão ideal está excluído da sociedade, excluído desse padrão de vida imposto pelo capital. O que fazer para modificar esse sistema? Talvez uma boa forma é tentarmos modificar nossos comportamentos e criarmos uma rede de mudança, em que todos passem a consumir de forma consciente. Isso é possível? Depende de todos nós.
    Um beijo e parabéns pelo texto, está muito bem escrito.

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